sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

E se fosse o outro lado?

O bom da política é sua capacidade de transformar a opinião mais cruel na mais sensata, se houver argumentos. E a mais doce e suave na mais imbecil, se não houver argumentos. Pois bem, argumentaremos. Não agora, mas em hora propícia. Mas, quando é a hora propícia? Bem, é agora.
Confuso e claro. Mas eu não vou me prender a formalidades e regras textuais / gramaticais / ummontedecoisa. Farei algo diferente, defenderei o lado que sempre acuso. E veremos se serei convincente.

Para que fique bem claro, começarei logo após acabar essa frase (as opiniões abaixo listadas não remetem a verdadeira opinião do autor).

Existe a história, ou estória, sei lá, não me prenderei a formalidades, que cruza a internet que representa uma visão de direita.

Imagine você, um estudante dedicado, esforçado, inteligente, destemido e muitas outras qualidades, pois bem, você como bom estudante, estuda bem logicamente. Estudando bem, você tira boas notas, você se diferencia. E tem aquele rapaz de pele não tão clara, que usa óculos laranja e tem um fusca 69, que é um perfeito de um vagabundo. Não se esforça o mínimo, não se faz sequer presente em todas as aulas, e quando o faz, encomada e perturba a paz alheia. Até que chega a prova final, final e única. Você não dorme fazem 4 noites, a dor na cabeça é tanta que gostaria de ter como abrir e deixar o cérebro se expandir. E o rapaz do óculos laranja não dorme fazem as mesmas 4 noites, mas ao contrário de você, ele não perdeu as noites estudando. Ele passou por uma maratona boêmia, e ainda dispunha do período diurno para repousar seu corpo carregado de chopp.
Chegado o dia do juízo final, você senta na frente, contra a parede e de frenta pra porta. E aquele outro lá senta no final da fileira do centro, abaixo do ventilador (valendo ressaltar que faziam 37 graus), e no local estratégico mais apropriado para a consulta informal, também chamada de colinha marota ou memória ajustável. Mas mesmo assim, a confiança lhe toma o peito, na primeira folha gastam-se 3 minutos, afinal você estudou e sabe tudo. E o outro lá, mal escreveu seu nome, se é que aquele imbecil sabe escrever Grudginski.
Pois bem, passada uma semana, o carimbo nas provas é autenticado e cada aluno conhece seu aproveitamento. Você até sente um pouco de receio, mas no fundo sabe que foi bem. Muito bem aliás, um simples 10. Tão bem que não faz nem questão de divulgar aos colegas, pensando que seria taxado de puxa-saco, ou nerd, ou sem-vida, ou tantas outras coisas. Mas no meio da muvuca da entrega, você repara que o anti-herói esta decepcionado. Você, então, como um bom inglês se dirige ao rapaz e estende sua mão. Se necessária, uma futura ajuda. Mas ele é mau, se nega a cumprimentar e ainda te xinga. Então o professor que balbuciava palavras em francês eleva sua voz e diz que estão todos reprovados. "Oh Maldito!" é o que pensam, mas nada disso, nada de má fé, índole duvidosa ou sacanagem pré-natalina. Afinal aquela instituição de ensino era puramente comunista. A maioria dos alunos atingiu a média de 60% de acertos, alguns mais outros menos. Mas você tirou grade máxima! Deveria passar e ser Laureado! Não, não deveria pois estamos no comunismo. Toda sua valoroza e suada nota é retraída pois o rapaz que se negou a aceitar um ombro amigo - e 10 - anulou sua prova, pois a única resposta escrita foi um nome próprio. Ronaldo. Ora, que diabos ou quem diabos é Ronaldo?! Fora a piadinha no verso da folha, palavras mais ou menos seguintes: "Parabéns Professor! Você ganhou um descanço! Vá para a próxima questão!". Divertido mas não nas circunstâncias. Ele literalmente fodeu com todos os outros por ser desleixado e despreocupado. (Pausa para rir)
As notas foram somadas e divididas pelo número de alunos que fizeram o teste, a popular média aritmética. No geral a nota foi 5,6, não atingindo a média de 61,2358964214 % necessárias para passar. E então todo seu estudo foi em vão pois o Senhor Grundignski (exato! ele escreveu errado o próprio nome), não colaborou com um mísero ponto para que todos aprovassem. Este sim, este é um fiadasputa. Mas este é o preço do comunismo, se um não se esforça, poderá estragar toda a bagaça e talvez, ou talvez pode prosperar financiado pelo esforço alheio.

Mas cada um deve prosperar segundo os seus esforços! Nada mais justo! Bem, certamente é correto pensar dessa forma. Mas sempre há ressalvas, devemos analisar as oportunidades oferecidas, analisar as circunstâncias que levaram até aquela situação. Não é fácil!

Por isso que toda aquela baboseira escrita no meu primeiro post pode ser negada ou ignorada. Dependerá da análise pessoal e intransferível de cada leitor.
Essa é a beleza da política e da diplomacia, pode ser feita para agradar os interesses de todas as partes, desde que todas as partes participem, e todos opinem, pois não há opinião idiota, há um ponto de vista que eu posso ou não concordar, por mais real e idiota que seja mesmo.

Através da conversa, do diálogo e da apresentação de argumentos que beneficiem o bem andar de todos os setores da sociedade, se constrói a política perfeita. Também conhecida como Utopia, já diria Thomas Morus em seu livro homônimo. Então, cabe aos reles mortais, no caso nós, construirmos e construirmos-nos.

Que bonitinho tudo isso.

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